Polícia cumpre mandado e prende em flagrante medico vereador acusado abuso sexual contra menores de 18 e uma criança de 2 anos (ASSISTA O VÍDEO).

Notícia dos Municípios

O delegado de polícia da cidade de Canarana, Flávio Leonardo, juntamente com uma equipe de policiais, cumpriram na manhã de sábado (31.05) um mandado de prisão contra o médico e vereador da cidade, Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa (PL), de 40 anos, o agente público está no seu segundo mandato consecutivo.

Thiago é natural de Rondonópolis-MT, se formou em medicina pela Universidade de Cuiabá (Unic), em suas redes sociais o Bolsonarista tem atacando fortemente o governo do atual presidente Lula (PT) o Supremo Tribunal Federal (STF) e em alguns casos a gestão municipal.  Em 2024 ele foi reeleito com 509 votos na chapa da então ex-candidata a prefeita que também é médica, Dra. Claudia Gervazoni, que teve como candidato a vice-prefeito, o ex-vereador Gilmar Miranda.

O caso escandalizou toda a cidade de Canarana e região do Araguaia, pegando toda a população de surpresa, e passou a ser um dos principais assuntos em rodas de esquinas e em grupos de redes sociais, e está sendo considerado pelas autoridades policiais como delicado, complexo e bastante grave, e que demandou muito tempo para a Polícia Civil desvendar os crimes praticados pelo vereador.

Segundo o delegado de Polícia de Canarana, Flavio Leonardo que falou com exclusividade ao Notícia dos Município, a denúncias partiu do pai de uma criança de apenas 2 anos e imediatamente foram iniciadas as investigações preliminares, em seguida foi pedido ao juiz um mandado de busca e apreensão na residência e nos locais de trabalho do acusado. Na residência e consultórios foram apreendidos fartos materiais relacionados a crimes de pedofilia, abuso e estupro de vulnerável, parte desse material eram produzidos por ele próprio, armazenado e em seguida divulgado e compartilhado pelo próprio vereador.

Durante o cumprimento do mandado a Polícia Civil constatou conteúdo sexuais armazenados envolvendo menores de 18 anos, o que gerou a prisão em flagrante

As investigações também apontaram que o suspeito estava se relacionando com uma adolescente de apenas 15 anos desde quando ela ainda tinha apenas 12 anos, e a transformando em “escrava” sexual. De acordo o delegado, também existem fortes indícios de que o suspeito utilizava a mesma adolescente como instrumento para abusar sexualmente de uma criança, essa com apenas 2 anos de idade.

“Todo o material pornográfico produzido pelos suspeitos com essas adolescentes foi localizado em posse do investigado, as apurações seguem com a finalidade de identificar outras supostas vítimas bem como esclarecer a real extensão e a gravidade dos crimes praticados por ele” Disse o delegado, ao afirmar que Thiago Bitencourt ainda usava da sua posição de médico para ter acesso e se aproximar das vítimas, principalmente aquelas em situação de vulnerabilidade social.

De acordo o delegado Regional Valmon Pereira da Silva, o primeiro a falar de forma resumida com a reportagem do Notícia dos Municípios, o caso está sendo conduzido de forma competente e responsável pelo delegado municipal de Canarana, tudo dentro da legislação pertinente para esclarecer todos os detalhes para a sociedade Canaranense.

Nossa reportagem não conseguiu falar com a defesa do acusado, mas abre espaço para ouvir o contraditório através de uma nota oficial, visando ouvir os dois lados.

IMPORTANTE SABER

As possíveis consequências do abuso sexual praticado contra crianças e adolescentes abre uma ampla discussão em todo o país sobre os impactos da violência sexual principalmente sobre as crianças e adolescentes, considerando que os profissionais que lidam com esta demanda devem estar atentos para as diferentes e potenciais implicações decorrentes de tal circunstância, a sistematização dos estudos já realizados aponta que as consequências do abuso sexual são graves, extensas e diversas e suas consequências são gravíssimas.

Já a violência sexual, é lesiva ao corpo e a mente da criança e da adolescentes, desrespeitam os direitos e as garantias individuais como liberdade, respeito e dignidade previstos na Lei nº 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990, Artigos 7º, 15, 16, 17 e 19), quanto a exploração sexual caracteriza-se pela relação mercantil, mediada pelo comércio do corpo/sexo, por meios coercitivos ou não, e se expressa de quatro formas: pornografia, tráfico, turismo sexual e prostituição.

A primeira categoria do abuso sexual, definida anteriormente, também pode ser entendida como incesto, que, comumente, dura um longo período e pode ser praticado com o conhecimento e cobertura de outros membros da família. Em nossa cultura, o incesto é uma das formas de abuso sexual mais frequente, sendo este o que geralmente causa consequências – em nível psíquico – extremamente danosas às vítimas.

Existente uma concordância entre os especialistas em reconhecer que a criança vítima de abuso e de violência sexual corre o risco de uma psicopatologia grave, que perturba sua evolução psicológica, afetiva e sexual com impactos na saúde mental a médio e longo prazo., porém, toda e qualquer violência deixa marcas no psiquismo, que geralmente comprometem o desenvolvimento da criança e do adolescente e a sua subjetividade.

Ansiedade, depressão, síndrome do pânico, comportamentos autodestrutivos ou sexualização precoce são alguns dos transtornos que podem surgir em adolescentes vítimas de abuso. O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), por exemplo, que causa sofrimento intenso e afeta várias áreas da rotina, como relacionamentos e trabalho, é desenvolvido por cerca de 57% dessas vítimas.

Uma psicóloga acrescenta ainda que a criança sente o corpo profanado, invadido, e pode apresentar diversos sintomas, tais como: angústia de que algo se quebrou dentro do seu corpo, sentimento de culpa, perturbações do sono, distúrbios alimentares, entre outros.

Para evitar essa consequência, faz-se necessário o rompimento com o ciclo de silêncio imposto pela violência, o apoio de figuras de proteção em âmbito familiar e rede de apoio comunitário. Para além desses aspectos, a responsabilização do autor da violência e o acompanhamento à família, incluindo o tratamento terapêutico, são imprescindíveis, uma vez que esta violação de direitos danifica o sistema familiar e social de toda a rede de proteção.

Campanhas educativas em todo o país alerta que para esse tipo de abuso a denúncia é a melhor forma de prevenir a violência sexual contra crianças e adolescentes. Sob qualquer suspeita ou confirmação de algum caso, denuncie pelo Disque 100, pelo app Direitos Humanos ou ligue 180. A denúncia é anônima.

ASSISTA O VÍDEO DO DELEGADO